Uma História de Evolução
Isac Machado de Moura
Da fumaça à internet,
quantas formas de comunicação,
os tambores,
os horrores de uma civilização:
invasão,
colonização,
intolerância cultural:
discordou,
mete o pau.
Línguas se sobrepõem,
costumes se alteram,
religiões são impostas,
guerras pela paz,
da espingarda ao antraz,
evoluções da humanidade,
capacidade de auto-destruição;
encara-se tudo,
tem-se medo de avião...
eh! mundão!
Avanços na terra,
festa de arromba:
queremos guerra... temos bomba.
No século da comunicação,
o diálogo emperra:
argumentação para justificar a guerra.
Internet,
o breguete do século cheio de artimanha,
não se conhece o vizinho,
mas tem-se “amigo” na Alemanha,
milagres da comunicação,
da globalização, / da distância,
da aproximação.
Comunicação, / necessidade humana
e humanitária, / ora para o bem,
ora para o mal; / através dela,
mata-se, / salvam-se vidas...
o homem domina, / o centro,
o ser, / o dono ....
nós.
Cultura, Comunicação e Linguagem
O homem é um ser social, logo apresenta uma necessidade intrínseca de interação com a realidade que o cerca, ou seja, com o seu meio-ambiente. A esta interação(troca de informações), dá-se o nome de comunicação.
Através da comunicação o homem divide com seus semelhantes sua visão de mundo, suas experiências, seus sentimentos, suas descobertas e criações, ou seja, sua cultura.
Com relação a cultura, podemos afirmar que todo grupo social é detentor de determinados traços culturais peculiares, não havendo, portanto, cultura inferior ou superior, mas sim diferente. Não existe nenhum grupo social desprovido de cultura.
Toda e qualquer manifestação cultural deve ser respeitada, nunca violada, como mostra o texto.
A língua de um povo é parte integrante de sua cultura, devendo, portanto, ser valorizada.
Mais do que um ser racional ou social, o que realmente caracteriza e individualiza o ser humano é a linguagem, isto é, a sua capacidade de se comunicar. É através da linguagem que o ser humano consegue transmitir e/ou expressar suas idéias, seus pensamentos.
Segundo o professor e gramático Celso Cunha, linguagem “é todo sistema de sinais que serve de meio de comunicação entre os indivíduos. Desde que se atribua valor convencional a determinado sinal, existe uma linguagem.” Assim, podemos distinguir, basicamente, dois tipos de linguagem:
Linguagem Verbal – utiliza-se de palavras(escritas ou faladas): telegrama, jornal, telefone, rádio, tv, etc. Podemos, então, dizer que toda língua é uma linguagem verbal.
Linguagem Não-Verbal – não se utiliza de palavras; baseia-se nos sentidos: fotografias, gestos, cores, etc.
Língua “é um conjunto de estruturas verbais portadoras de significado, que combinam as frases, sendo produzidas a partir de sons organizados pelo homem.” Sendo uma criação da sociedade, não pode ser imutável; muito pelo contrário, vive em perpétua evolução.
EXERCÍCIOS
1. Marque C para certo e E para errado.
a) ( )Qualquer forma de comunicação é uma linguagem.
b) ( ) A língua de um povo, ou seja, seu idioma, é um tipo de linguagem.
c) ( ) A língua em sua modalidade falada é a forma de linguagem mais utilizada.
d) ( ) O exercício da língua nos é dado pela natureza.
e) ( ) Alguns grupos humanos não têm nenhum tipo de cultura.
2. Seria correto dizer que o homem é um ser lingüístico? Justifique.
3. O que é linguagem?
4. Quais são os tipos de linguagem? Explique-os.
5. Língua e linguagem verbal é a mesma coisa? Explique.
6. Toda linguagem é uma língua? Por quê?
7. Explique com suas palavras o que é comunicação.
8. Explique com suas palavras: “ não existe nenhum grupo social desprovido de cultura."
9. Você se considera uma pessoa comunicativa? Por quê?
10. Explique com suas palavras os versos a seguir, do texto “Uma História de Evolução”:
“Não se conhece o vizinho, / mas tem-se amigo na Alemanha.”
11. Explique: “A língua limita.” (Focault)
UNIDADE E VARIEDADE DA LÍNGUA
A língua apresenta variações de acordo com as diversas circunstâncias em que é falada, de acordo com diversos fatores.
a) Fatores geográficos – O Brasil é um país gigantesco e todos falamos uma única língua oficial, o português, que sofre variações de acordo com as regiões onde é falada. São as variantes regionais, os falares. Assim, embora a língua seja a mesma em todo o território, o paulista, o mineiro, o carioca, o baiano, isso para citar alguns exemplos, apresentam sotaques diferenciados na hora de falar.
b) Fatores sociais – O português falado pelas classes dominantes difere do português falado pelas classes populares. Assim, a elite domina uma forma de expressão lingüística que é prestigiada, enquanto outras são vítimas de preconceitos por empregarem uma forma de expressão lingüística menos privilegiada. Assim sendo, distinguimos de imediato duas modalidades diferentes da língua: a norma culta e a linguagem coloquial. Concluímos, portanto, que o idioma é um instrumento de dominação e discriminação social. Dessa forma, o conhecimento da norma culta torna-se necessário como forma de ascensão profissional e social.
Determinados grupos sociais elegem certas formas de expressão visando o entendimento exclusivo dos seus membros. Trata-se de uma forma restrita(e de curta duração) de comunicação, a gíria, variante lingüística sujeita a contínuas transformações, muitas vezes assimiladas pela linguagem coloquial.
A norma culta é o registro formal da língua seguindo com rigidez os padrões gramaticais e apresentando um vocabulário bastante culto.
A linguagem coloquial, por sua vez, é a variante popular, desprovida de maior rigor gramatical, mais espontânea e relaxada.
c) Fatores profissionais – O exercício de certas atividades requer o domínio de formas peculiares de expressão, ou seja, termos específicos de uso restrito ao intercâmbio profissional de engenheiros, médicos, jornalistas, professores, etc. Trata-se da chamada língua técnica ou jargão.
d) Fatores situacionais – Em diferentes situações de comunicação, um mesmo indivíduo se expressa de diferentes maneiras, adequando seu vocabulário ao contexto lingüístico. Por exemplo: num ambiente familiar, nossa linguagem é relaxada, despreocupada, ao passo em que numa situação formal, como num discurso de formatura, nossa linguagem é mais apurada, pois há uma preocupação com as regras gramaticais.
Gramática
Dentro da diversidade das línguas ou falares regionais se sobrepõe um uso comum a toda o território, fixado pela gramática normativa, que tem por objetivo fixar normas para o uso da língua, criando os conceitos de certo e de errado.
Posicionando-se sobre os conceitos de certo e errado, declara o professor e gramático Celso Cunha: “Correto é aquilo que o grupo social a que pertencemos espera de nosso comportamento verbal.”
Exercícios
1. Relacione:
A – fatores geográficos B – fatores sociais
C – fatores profissionais D – fatores situacionais
E – norma culta F – gramática descritiva
G – gramática histórica H – gramática normativa
a) ( ) Falamos de acordo com o ambiente e o contexto em que estamos.
b) ( ) Variantes regionais ou falares.
c) ( ) Língua técnica ou jargão.
d) ( ) Norma culta e linguagem coloquial.
e) ( ) Forma prestigiada de utilização da língua.
f) ( ) Estabelece as noções gerais de certo ou errado.
g) ( ) Preocupa-se em fazer uma descrição da língua.
h) ( ) Estuda a evolução da língua ao longo do tempo.
2. Quem fala errado: o nordestino, o mineiro, o carioca ou o paulista? Justifique sua resposta.
3. De acordo com o que foi estudado até aqui, o que você considera “falar bem”?
4. Explique o que são falares regionais.
5. Relacione de acordo com os registros da língua:
A – formal (norma culta)
B – coloquial (popular)
a) ( ) “A gente correu, mas a cana pegou todo mundo.”
b) ( ) “Senhores formandos, tendo a nau atingido seu ponto, é mister que sejam delineados os objetivos específicos.”
c) ( ) “Isso é homem que não agüenta o trabaio... quer é vagabundear, ganhar dinheiro fácil.”
d) ( ) “Na nossa aula de amanhã, veremos outra parte da matéria.”
Não gosta de gírias? Então fale difícil!!!
1. Prosopopéia flácida para acalentar bovinos.
Conversa mole pra boi dormir.
2. Colóquio sonolento para gado bovino repousar.
3. Romper a face.
4.Creditar o primata.
5.Derrubar com a extremidade do membro inferior, o suporte sustentáculo de uma das unidades de acampamento.
6. Deglutir o batráquio.
7. Sequer considerar a utilização de um longo pedaço de madeira.
8. Sequer considerar a possibilidade da fêmea bovina expirar fortes contrações laringo-bucais.
9. Derramar água pelo chão através do tombamento premeditado de seu recipiente.
10. Retirar o filhote de eqüino da perturbação pluvial.
11. Quando o sol está abaixo do horizonte, a totalidade dos animais domésticos da família dos felídeos é de cor mescla entre preto e branco.
12. A criatura canonizada que vive em nosso próprio lar não é capaz de produzir um efeito extraordinário que vá contra as leis fundamentais da natureza.
13. De unidade de cereal em unidade de cereal, a ave de crista carnuda, asas curtas e largas, da família das galináceas, abarrota a bolsa que existe nessa espécie por dilatação do esôfago e na qual os alimentos permanecem antes de passarem à moela.
14. Substância inodora e incolor que já se foi não é mais capaz de comunicar movimento ou ação ao engenho especial de triturar cereais.
15. Aquele que se deixa prender sentimentalmente por pessoa destituída de dotes físicos de encanto ou graça, acha-a extraordinariamente dotada desses mesmos encantos que os outros lhe não veem.
QUESTÕES DE MÚLTIPLA ESCOLHA
1. (ENEM)
Óia eu aqui de novo xaxando
Óia eu aqui de novo pra xaxar
Óia eu aqui de novo pra xaxar
Vou mostrar pr’esses cabras
Que eu ainda dou no couro
Isso é um desaforo
Que eu não posso levar
Que eu aqui de novo cantando
Que eu aqui de novo xaxando
Óia eu aqui de novo mostrando
Como se deve xaxar.
Que eu ainda dou no couro
Isso é um desaforo
Que eu não posso levar
Que eu aqui de novo cantando
Que eu aqui de novo xaxando
Óia eu aqui de novo mostrando
Como se deve xaxar.
Vem cá morena linda
Vestida de chita
Você é a mais bonita
Desse meu lugar
Vai, chama Maria, chama Luzia
Vai, chama Zabé, chama Raque
Diz que tou aqui com alegria.
Vestida de chita
Você é a mais bonita
Desse meu lugar
Vai, chama Maria, chama Luzia
Vai, chama Zabé, chama Raque
Diz que tou aqui com alegria.
(BARROS, A. Óia eu aqui de novo. Disponível em Acesso em 5 mai 2013)
A letra da canção de Antônio Barros manifesta aspectos do repertório linguístico e cultural do Brasil. O verso que singulariza uma forma do falar popular regional é
a) “Isso é um desaforo”
b) “Diz que eu tou aqui com alegria”
c) “Vou mostrar pr’esses cabras”
d) “Vai, chama Maria, chama Luzia”
e) “Vem cá, morena linda, vestida de chita”
b) “Diz que eu tou aqui com alegria”
c) “Vou mostrar pr’esses cabras”
d) “Vai, chama Maria, chama Luzia”
e) “Vem cá, morena linda, vestida de chita”
2. (ENEM)
Só há uma saída para a escola se ela quiser ser mais bem-sucedida: aceitar a mudança da língua como um fato. Isso deve significar que a escola deve aceitar qualquer forma de língua em suas atividades escritas? Não deve mais corrigir? Não!
Há outra dimensão a ser considerada: de fato, no mundo real da escrita, não existe apenas um português correto, que valeria para todas as ocasiões: o estilo dos contratos não é o mesmo dos manuais de instrução; o dos juízes do Supremo não é o mesmo dos cordelistas; o dos editoriais dos jornais não é o mesmo dos cadernos de cultura dos mesmos jornais. Ou do de seus colunistas.
(POSSENTI, S. Gramática na cabeça. Língua Portuguesa, ano 5, n. 67, maio 2011 – adaptado).
Sírio Possenti defende a tese de que não existe um único “português correto”. Assim sendo, o domínio da língua portuguesa implica, entre outras coisas, saber
a) descartar as marcas de informalidade do texto.
b) reservar o emprego da norma padrão aos textos de circulação ampla.
c) moldar a norma padrão do português pela linguagem do discurso jornalístico.
d) adequar as formas da língua a diferentes tipos de texto e contexto.
e) desprezar as formas da língua previstas pelas gramáticas e manuais divulgados pela escola.
b) reservar o emprego da norma padrão aos textos de circulação ampla.
c) moldar a norma padrão do português pela linguagem do discurso jornalístico.
d) adequar as formas da língua a diferentes tipos de texto e contexto.
e) desprezar as formas da língua previstas pelas gramáticas e manuais divulgados pela escola.
3. (ENEM 2016)
PINHÃO sai ao mesmo tempo que BENONA entra.
BENONA: Eurico, Eudoro Vicente está lá fora e quer falar com você.
EURICÃO: Benona, minha irmã, eu sei que ele está lá fora, mas não quero falar com ele.
BENONA: Mas, Eurico, nós lhe devemos certas atenções.
EURICÃO: Passadas para você, mas o prejuízo foi meu. Esperava que Eudoro, com todo aquele dinheiro, se tornasse meu cunhado. Era uma boca a menos e um patrimônio a mais. E o peste me traiu. Agora, parece que ouviu dizer que eu tenho um tesouro. E vem louco atrás dele, sedento, atacado da verdadeira hidrofobia. Vive farejando ouro, como um cachorro da molest’a, como um urubu, atrás do sangue dos outros. Mas ele está enganado. Santo Antônio há de proteger minha pobreza e minha devoção.
(SUASSUNA, A. O santo e a porca. Rio de Janeiro: José Olimpyio, 2013)
PINHÃO sai ao mesmo tempo que BENONA entra.
BENONA: Eurico, Eudoro Vicente está lá fora e quer falar com você.
EURICÃO: Benona, minha irmã, eu sei que ele está lá fora, mas não quero falar com ele.
BENONA: Mas, Eurico, nós lhe devemos certas atenções.
EURICÃO: Passadas para você, mas o prejuízo foi meu. Esperava que Eudoro, com todo aquele dinheiro, se tornasse meu cunhado. Era uma boca a menos e um patrimônio a mais. E o peste me traiu. Agora, parece que ouviu dizer que eu tenho um tesouro. E vem louco atrás dele, sedento, atacado da verdadeira hidrofobia. Vive farejando ouro, como um cachorro da molest’a, como um urubu, atrás do sangue dos outros. Mas ele está enganado. Santo Antônio há de proteger minha pobreza e minha devoção.
(SUASSUNA, A. O santo e a porca. Rio de Janeiro: José Olimpyio, 2013)
Nesse texto teatral, o emprego das expressões “o peste” e “cachorro da molest’a” contribui para
(A) marcar a classe social das personagens.
(B) caracterizar usos linguísticos de uma região.
(C) enfatizar a relação familiar entre as personagens.
(D) sinalizar a influência do gênero nas escolhas vocabulares.
(E) demonstrar o tom autoritário da fala de uma das personagens.
(A) marcar a classe social das personagens.
(B) caracterizar usos linguísticos de uma região.
(C) enfatizar a relação familiar entre as personagens.
(D) sinalizar a influência do gênero nas escolhas vocabulares.
(E) demonstrar o tom autoritário da fala de uma das personagens.
4. (ENEM 2016)
Texto I
Entrevistadora — Eu vou conversar aqui com a professora A.D. … O português então não é uma língua difícil?
Professora — Olha se você parte do princípio… que a língua portuguesa não é só regras gramaticais… não se você se apaixona pela língua que você… já domina… que você já fala ao chegar na escola se teu professor cativa você a ler obras da literatura… obra da/ dos meios de comunicação… se você tem acesso a revistas… é… a livros didáticos… a… livros de literatura o mais formal o e/ o difícil é porque a escola transforma como eu já disse as aulas de língua portuguesa em análises gramaticais.
Texto I
Entrevistadora — Eu vou conversar aqui com a professora A.D. … O português então não é uma língua difícil?
Professora — Olha se você parte do princípio… que a língua portuguesa não é só regras gramaticais… não se você se apaixona pela língua que você… já domina… que você já fala ao chegar na escola se teu professor cativa você a ler obras da literatura… obra da/ dos meios de comunicação… se você tem acesso a revistas… é… a livros didáticos… a… livros de literatura o mais formal o e/ o difícil é porque a escola transforma como eu já disse as aulas de língua portuguesa em análises gramaticais.
Texto II
Professora — Não, se você parte do princípio que língua portuguesa não é só regras gramaticais. Ao chegar à escola, o aluno já domina e fala a língua. Se o professor motivá-lo a ler obras literárias e se tem acesso a revistas, a livros didáticos, você se apaixona pela língua. O que torna difícil é que a escola transforma as aulas de língua portuguesa em análises gramaticais.
(MARCUSCHI, L. A. Da fala para a escrita: atividades de retextualização. São Paulo: Cortez, 2001)
O texto I é a transcrição de entrevista concedida por uma professora de português a um programa de rádio. O texto II é a adaptação dessa entrevista para a modalidade escrita. Em comum, esses textos
(A) apresentam ocorrências de hesitações e reformulações.
(B) são modelos de emprego de regras gramaticais.
(C) são exemplos de uso não planejado da língua.
(D) apresentam marcas da linguagem literária.
(E) são amostras do português culto urbano.
Professora — Não, se você parte do princípio que língua portuguesa não é só regras gramaticais. Ao chegar à escola, o aluno já domina e fala a língua. Se o professor motivá-lo a ler obras literárias e se tem acesso a revistas, a livros didáticos, você se apaixona pela língua. O que torna difícil é que a escola transforma as aulas de língua portuguesa em análises gramaticais.
(MARCUSCHI, L. A. Da fala para a escrita: atividades de retextualização. São Paulo: Cortez, 2001)
O texto I é a transcrição de entrevista concedida por uma professora de português a um programa de rádio. O texto II é a adaptação dessa entrevista para a modalidade escrita. Em comum, esses textos
(A) apresentam ocorrências de hesitações e reformulações.
(B) são modelos de emprego de regras gramaticais.
(C) são exemplos de uso não planejado da língua.
(D) apresentam marcas da linguagem literária.
(E) são amostras do português culto urbano.
5. Enem 2013
Até quando?
Não adianta olhar pro céu
Com muita fé e pouca luta
Levanta aí que você tem muito protesto pra fazer
E muita greve, você pode, você deve, pode crer
Não adianta olhar pro chão
Virar a cara pra não ver
Se liga aí que te botaram numa cruz e só porque Jesus
Sofreu não quer dizer que você tenha que sofrer!
GABRIEL, O PENSADOR. Seja você mesmo (mas não seja sempre o mesmo).
Rio de Janeiro: Sony Music, 2001 (fragmento).
As escolhas linguísticas feitas pelo autor conferem ao texto
a) caráter atual, pelo uso de linguagem própria da internet.
b) cunho apelativo, pela predominância de imagens metafóricas.
c) tom de diálogo, pela recorrência de gírias.
d) espontaneidade, pelo uso da linguagem coloquial.
e) originalidade, pela concisão da linguagem.
a) caráter atual, pelo uso de linguagem própria da internet.
b) cunho apelativo, pela predominância de imagens metafóricas.
c) tom de diálogo, pela recorrência de gírias.
d) espontaneidade, pelo uso da linguagem coloquial.
e) originalidade, pela concisão da linguagem.
O Processo de Comunicação e seus Elementos
A vida humana é um processo contínuo de comunicação, pois para o homem, aprimorar sua capacidade comunicativa é uma forma de ampliar seu relacionamento com o mundo, tornando-se apto a compreender melhor a realidade que o cerca a fim de poder transformá-la.
Assim, em cada ato de comunicação, podemos identificar os seguintes elementos:
a) emissor ou remetente – é o indivíduo (ou grupo) que envia a mensagem.
Ex.: um colunista de jornal.
b) receptor ou destinatário – é o indivíduo (ou grupo) que recebe a mensagem, ou seja, a quem a mensagem é enviada.
Ex.: o leitor do jornal.
c) mensagem – é o conjunto de informações transmitidas.
Ex.: o conteúdo do artigo.
d) referente ou contexto – é o objeto ou a situação a que a mensagem se refere.
Ex.: o assunto do artigo.
e) canal ou contato – é o meio concreto pelo qual a mensagem é transmitida.
Ex.: o jornal propriamente dito(o papel).
f) código – conjunto de sinais e regras de combinação desses sinais utilizados na transmissão de uma mensagem. Para que a transmissão da mensagem seja eficiente, emissor e receptor devem dominar o mesmo código.
Ex.: a língua portuguesa.
O RUÍDO NA COMUNICAÇÃO
Chamamos de ruído todo e qualquer elemento que atrapalhe, de alguma forma, o caminho da mensagem, como por exemplo, um barulho, um incidente qualquer, a deficiência no domínio do código empregado.
Nos textos a seguir, observamos uma série de ruídos no processo de comunicação.
Texto 1: Má Interpretação Provoca Respostas Erradas
Em certa ocasião, uma família britânica foi passar as férias na Alemanha. No decorrer de certo passeio, os membros da referida família encontraram uma pequena casa de campo, que lhes pareceu ótima para passarem as férias de verão.
Conversaram com o proprietário, um pastor protestante, e pediram que lhes mostrasse a casa. A residência agradou aos visitantes ingleses que combinaram ficar com ela para o verão próximo.
Regressando à Inglaterra, discutiram muito sobre a planta da casa, quando, de repente, a senhora lembrou-se de não ter visto o “WC”. Confirmando o senso prático dos ingleses, escreveram ao pastor para obter tal pormenor. A carta foi assim redigida: “Gentil pastor, sou membro da família que há pouco tempo o visitou com a finalidade de alugar sua casa no próximo verão, mas como esquecemos de um detalhe muito importante, agradeceríamos se nos informasse onde se encontra o WC”.
O pastor alemão, não compreendendo o sentido da abreviatura “WC” e julgando tratar-se da capela da seita inglesa White Chapel, assim assim responde: “Gentil senhora, recebi a sua carta e tenho o prazer de comunicar-lhe que o local a que se refere fica a 12 km da casa. Isto é muito cômodo, sobretudo se tem o hábito de ir lá frequentemente. Neste caso é preferível levar comida para ficar lá o dia todo. Alguns vão a pé, outros de bicicleta. Há lugar para 400 pessoas sentadas e 100 em pé. O ar condicionado é para evitar inconvenientes comuns nas aglomerações. Os assentos são de veludo; recomenda-se chegar cedo para arrumar lugar sentado.
As crianças permanecem ao lado dos adultos e todos cantam em coro. À entrada, é fornecida uma folha de papel a cada pessoa, mas se chegar depois da distribuição, pode usar a folha do vizinho ao lado. Tal folha deve ser restituída à saída para ser usada durante o mês. Existem amplificadores de sons. Tudo o que se recolhe é para as crianças pobres da região. Fotógrafos especiais tiram flagrantes para os jornais da cidade, de modo que todos possam ver seus semelhantes no cumprimento de um dever tão honrado.
Texto 2: O Eclipse do Sol
Capitão para Tenente: Tenente! Como amanhã haverá um eclipse do sol, determino que a companhia esteja formada, com uniforme de campanha, no campo de exercício, onde darei explicações em torno do raro fenômeno. Se acaso chover, nada se poderá ver, e neste caso ficará a companhia dentro do quartel.
Tenente para Sargento : Sargento! De ordem do Capitão, amanhã haverá um eclipse do sol, em uniforme de campanha. Toda a companhia terá de estar formada no campo de exercício, onde o Capitão dará as explicações necessárias, o que não acontece todos os dias. Se chover, o fenômeno será mesmo dentro do quartel.
Sargento para Cabo : Cabo! O Capitão fará amanhã um eclipse do sol no campo de exercício. Se chover, o que não acontece todos os dias, nada se poderá ver. Em uniforme de campanha, o Capitão dará a explicação necessária, dentro do quartel.
Cabo para Soldados : Soldados! Amanhã estaremos formados para receber o Sr. eclipse, que dará as explicações necessárias sobre o nosso Capitão. O fenômeno será em uniforme de exercício. Isso se chover dentro do quartel, o que não acontece todos os dias.
Comentários entre os soldados: Amanhã o capitão vai ser eclipsado no quartel, é pena que isso não aconteça todo dia.
Exercícios
1. Explique, com suas palavras, a causa do ruído na comunicação, no texto 1.
2. Agora, faça a mesma coisa com o texto 2.
3. Identifique os elementos do processo de comunicação na situação a seguir:
João escreve uma carta para Maria, sua melhor amiga, após alguns anos sem contato: “Querida amiga, estou com muitas saudades, estive viajando pelo interior do país participando de uma pesquisa muito legal e agora estou retornando a cidade...”
Emissor/remetente:
Receptor/destinatário:
Mensagem:
Referente/contexto:
Canal/contato:
Código:
Ex.: Um rapaz pergunta a outro:
- Você sabe que horas são?
E o outro responde:
- Sei.
a) Pode-se dizer que houve comunicação entre as duas pessoas envolvidas? Justifique.
b) Quando o primeiro rapaz pergunta se o outro sabia da hora, o que ele esperava de fato?
c) A resposta do segundo rapaz satisfez o primeiro? Por quê?
FUNÇÕES DA LINGUAGEM
Para a maioria dos falantes, o uso da linguagem se dá de modo automático. Assim, raramente se percebe que o modo como a mesma se organiza está diretamente ligado à função que se deseja dar a ela.
A linguagem desempenha a sua função de acordo com a ênfase dada a cada um dos componentes do ato da fala. Assim sendo, como são seis esses componentes, também são seis as funções que a linguagem pode assumir.
Elemento em destaque
|
Função da linguagem
|
Remetente ou emissor
|
Emotiva
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Destinatário ou receptor
|
Conativa
|
Contexto ou referente
|
Referencial
|
Mensagem
|
Poética
|
Código
|
Metalingüística
|
Canal ou contato
|
Fática
|
- Função emotiva ou expressiva – ocorre quando o emissor é posto em destaque, posicionando-se em relação ao tema que está sendo abordado, expressando sentimentos e emoções, resultando num texto subjetivo, escrito em primeira pessoa.
Ex.: “Quando eu estou aqui, eu vivo esse momento lindo...”
“Eu amava como amava o pescador, que se encanta mais com a rede que com o mar...”
“Penso que a revisão da maioridade penal no Brasil é um assunto
urgente...”
2. Função conativa ou apelativa – ocorre quando o receptor é posto em destaque. Tem por objetivo influenciar o destinatário em forma de ordem, apelo ou súplica. Os verbos aparecem, geralmente, no modo imperativo, indicando ordem, pedido. É a função utilizada nas propagandas. Os verbos costumam ser usados na 2ª pessoa gramatical.
Ex.: “O Ministério da Saúde adverte: fumar é prejudicial à saúde.”
“Beba Coca-Cola!”
“Amai a Deus sobre todas as coisas e ao próximo como a ti mesmo.”
3. Função referencial – o referente é posto em destaque. A intenção é transmitir ao receptor dados da realidade de uma forma direta e objetiva, utilizando palavras em seu sentido próprio, denotativo, prevalecendo o emprego da terceira pessoa.
Ex.: “A sociedade brasileira está chocada com a falta de limites dos criminosos, que agem livremente com a certeza da impunidade...”
“Desde 1500, quando Cabral invadiu o Brasil, milhares de índios vêm sendo assassinados de maneira bárbara e vil...”
4. Função Metalingüística – quando o código é posto em destaque. Ocorre metalinguagem todas as vezes em que usamos a língua para explicar a própria língua.
Ex.: O dicionário.
LÍNGUA é um sistema de signos que exprimem idéias...
5. Função fática – o canal é posto em destaque. A preocupação do emissor é manter contato com o receptor, prolongando uma comunicação ou testando o canal.
Ex.: As primeiras palavras de quem atende ao telefone(Alô! Pronto!);
Os cumprimentos diários(oi, tudo bem? Boa tarde!);
6. Função poética - A própria mensagem é posta em destaque. Escolhendo e combinando de maneira particular e especial as palavras, o poeta procura obter alguns elementos fundamentais da linguagem poética: ritmo, sonoridade, beleza, etc...
Ex.: De tudo ao meu amor serei atento
Antes e com tal zelo e sempre e tanto
Que mesmo em face do maior encanto
Dele se encante mais meu pensamento...
Exercícios
1. Identifique a função da linguagem predominante nos fragmentos a seguir:
a) “Oh! Que saudade que tenho
Da aurora da minha vida,
Da minha infância querida
Que os anos não trazem mais!”
b) “Não sacrifique quem tanto lhe serve. Piauí – pela vida dos jegues.”
c) “O trânsito brasileiro faz milhares de vítimas a cada ano.
d) OCAPI(de origem africana) s.m. Mamífero ungulado, de tipo intermediário entre as girafas e os antílopes, de pescoço mais curto e colorido uniforme.
e) – Tá ouvindo? Alô!? Alô!?
- Alô!
f) “Se eu quiser falar com Deus
Tenho que ficar a sós
Tenho que apagar a luz
Tenho que calar a voz...”
Denotação e Conotação
- As noites de inverno, no litoral, costumam ser muito frias.
- Não entendi por que, mas Maria anda muito fria comigo.
Quando usamos as palavras em seu sentido próprio, comum, do dicionário, temos um caso de denotação, como na primeira frase acima. Quando as usamos com sentido figurado, especial, diferente daquele que lhe é próprio, temos um caso de conotação, como na segunda frase.
Exercícios
- Denotação ou conotação?
a) Aquela garota é um canhão.
b) O antigo canhão está exposto na entrada do quartel.
c) O rapaz roubou-lhe dois beijos.
d) Roubaram o banco da cidade.
e) Em crise, aquele rapaz atingiu o fundo do poço.
f) O funcionário desceu até o fundo do poço a fim de localizar o objeto.
g) Durante a subida, acabei quebrando um galho de árvore.
h) Pediu ao funcionário para lhe quebrar um galho.
i) O presidente quebrou o protocolo.
j) Ambrósia é escrava da moda.
l) “Naquele tempo, o escravo fugiu para o quilombo.”
m) Tive uma idéia luminosa.
n) Os cometas têm uma longa cauda luminosa.
o) Seus sapatos ficaram sujos de lama.
p) Sua empresa entrou em crise, e hoje ele está na lama.
q) O canto dos grilos atrapalhou meu sono.
r) Ana está grilada com o que ouviu do seu chefe.
s) Pedro joga bola todos os domingos.
t) Lindonésia não dá bola pra ninguém.
u) A sola do seu sapato está furada.
v) O bolo solou.
A Arte Literária
Segundo o pintor espanhol Pablo Picasso, “a arte é a mentira que revela a verdade.”
Já para o poeta e crítico de arte brasileiro, Ferreira Gullar, “a arte é muitas coisas. Uma das coisas que a arte é, parece, é uma transformação simbólica do mundo. Naturalmente, esse mundo outro que o artista cria ou inventa, nasce de sua cultura, de sua experiência de vida, das idéias que ele tem na cabeça, enfim, de sua visão de mundo.”
A literatura, como toda arte, é uma transfiguração do real, uma ficção; é a realidade recriada através da visão de mundo do artista.
Através das obras literárias tomamos contato com a vida, nas suas verdades eternas, comuns a todos os homens e lugares, porque são as verdades da mesma condição humana.
Texto literário e texto não-literário
Por que será que alguns textos são chamados de literários e outros não? Será que um texto literário precisa ter versos e palavras bonitas? Precisa ter rimas e metáforas?
Não é bem assim. O texto, para ser literário, precisa ter uma linguagem literária, ou seja, uma linguagem que saia do comum, da mera função referencial.
TEXTO 01
“Diariamente, duas horas antes da chegada do caminhão da prefeitura, a gerência (de uma das filiais do Mc Donald’s) deposita na calçada dezenas de sacos plásticos recheados de papelão, isopor, restos de sanduíches. Isso acaba propiciando um lamentável banquete de mendigos. Dezenas deles vão ali revirar o material e acabam deixando os restos espalhados pelo calçadão.” (Revista Veja SP)
TEXTO 02 - O Bicho – Manuel Bandeira
Vi ontem um bicho
Na imundície do pátio
Catando comida entre os detritos.
Quando achava alguma coisa,
Não examinava nem cheirava:
Engolia com voracidade.
O bicho não era um cão,
Não era um gato,
Não era um rato.
O bicho, meu Deus, era um homem.
Exercícios
1. Linguagem literária ou não-literária (referencial)?
a) “O homem velho deixa vida e morte para trás
Cabeça a prumo, segue rumo e nunca, nunca mais
O grande espelho que é o mundo ousaria refletir os seus sinais
O homem velho é o rei dos animais.”
b) “Para o mundo quando era quinhentos anos mais novo, os contornos de todas as coisas pareciam mais nitidamente traçados do que nos nossos dias. O contraste entre o sofrimento e a alegria, entre a adversidade e a felicidade parecia mais forte.”
c) “A rede de tricô era áspera entre os dedos, não íntima como quando a tricotara. A rede perdera o sentido e estar num bonde era um fio partido; não sabia o que fazer com as compras no colo. E como uma estranha música, o mundo recomeçava ao redor.”
d) “Autoridades culturais italianas estão tentando levantar fundos (com participação internacional) para desenterrar e recuperar os tesouros arqueológicos da cidade de Herculano, destruída com Pompéia pelo vulcão Vesúvio (sul de Nápoles).
PROSA E VERSO
PROSA – organização natural da linguagem humana, fala cotidiana; é a forma típica da linguagem não-literária, o que não significa que não haja prosa literária. A prosa está para a nossa vida diária como caminhar e falar.
VERSO – forma artificial da linguagem; não constitui nossa maneira usual de falar ou escrever; o texto escrito em verso apresenta ritmo especial, musicalidade, rima; linguagem literária. O verso está para a nossa vida diária como dançar e cantar.
TEXTO 01 – PROSA LITERÁRIA – Cecília Meireles
“A quinhentos metros, os vossos belos olhos desaparecem; e essa claridade do vosso rosto; e a fascinação da vossa palavra. É uma pena (eu também acho que é uma pena!), mas, a quinhentos metros, tudo se torna muito reduzido: sois uma pequena figura sem pormenores; vossas amáveis singularidades fundem-se numa sombra neutra e vulgar. Ao longe, caminhais como qualquer pessoa – e até como certas aves: é o que resta de vós: esse ritmo, na imensa estrada que também se vai projetando, estreita e indistinta, sobre o horizonte.”
TEXTO 02 – VERSO – Carlos Drummond de Andrade
João amava Tereza que amava Raimundo
que amava Maria que amava Joaquim que amava Lili
que não amava ninguém.
João foi para os Estados Unidos, Teresa para o convento.
Raimundo morreu de desastre, Maria ficou para tia,
Joaquim suicidou-se e Lili casou com J. Pinto Fernandes
Que não tinha entrado na história.
REESCRITURA: Reescreva o texto 1 em verso e o 2 em prosa.
Vícios de Linguagem
- Barbarismo – consiste em escrever ou pronunciar uma palavra em desacordo com a norma culta.
Ex.: Adivogado ou adevogado em vez de advogado.
Gratuito em vez gratuito.
- Solecismo – desvio da norma em relação à sintaxe de concordância ou de regência.
Ex.: Fazem dois anos que viajamos em vez de faz dois anos...
Visava uma posição de destaque em vez visava a uma...
- Ambigüidade ou anfibiologia – quando a frase tem mais de um sentido.
Ex.: O menino viu o incêndio do prédio.
Ama o pai o menino.
- Cacófato ou cacofania – som desagradável produzido a partir da junção indevida de palavras.
Ex.: Mande-me já a encomenda.
Eu amo ela.
- Pleonasmo – repetição desnecessária de palavras para expressar uma mesma idéia.
Ex.: Ele teve uma hemorragia de sangue.
O menino entrou para dentro.
- Arcaísmo – utilização de palavras ou expressões antigas, ultrapassadas, que já caíram em desuso.
Ex.: Vossa Mercê me permite uma observação.
Qual a sua graça?
- Eco – repetição de um mesmo som numa seqüência de palavras.
Ex.: A decisão da eleição não causou comoção na população.
- Neologismo – Criação desnecessária e abusiva de palavras novas.
Ex.: O ministro se considerava imexível.
O garoto ameaçou dar uma paralepipada no colega.
EXERCÍCIOS
- Localize e nomeie os vícios de linguagem.
a) O diretor deferiu favoravelmente o meu requerimento.
b) A brisa matinal da manhã nos deixava tranquilos.
c) Fazem mais de três anos que ela não aparece.
d) Não admitiremos excessões em ipótese alguma
e) O funcionário colocou sua rúbrica no documento.
f) Nunca gaste mais do que tem.
g) Haviam menas alunas naquela sala
h) Ele encontrou o ladrão na sua casa.
i) Manoel comprou um pastel no quiosque do Léo.
j) Falta cinco alunos.
k) Saiu para fora desesperado.
l) Jacinto, vi a Célia passeando com a sua irmã.
m) A boca dela é encantadora.
n) Proporam um ótimo negóssio.
o) Que demora! Será que nunca Brito vem?
p) Tomou uma paralepipada na cabeça e desmaiou.
q) Vossemecê é um bom amigo
r) Eu vi ele não faz muito tempo.
s) “Aquele rapazinho escreveu esta carta para o irmão: Querido mano, ontem futebolei bastante, com amigos. Depois cigarrei um pouco e nos divertimos montanhando até que o dia anoitou. Então desmontanhamos, nos amesamos, sopamos, arrozamos, ensopadamos e cafezamos. Em seguida varandamos. No dia seguinte, cavalamos muito.” (Millôr Fernandes)
FUNÇÕES DA LITERATURA ENQUANTO ARTE
LÚDICA: Tem por objetivo divertir, proporcionar prazer. Para os gregos a arte tinha uma função hedonística, ou seja, devia causar prazer, retratando o belo. Para eles, o belo, na arte, ocorria na medida em que a obra era verossímil, isto é, semelhante à verdade ou à natureza.
“De repente do riso fez-se pranto
Silencioso e branco como a bruma
E das bocas unidas fez-se espuma
E das mãos espalmadas fez-se o espanto.”
(Vinícius de Morais)
PARADIGMÁTICA: Tem por objetivo convencer, ensinar, denunciar. Como toda arte, a literatura está vinculada à sociedade em que se origina. Não há artistas indiferentes à realidade, pois, de alguma forma, todos participam dos problemas vividos pela sociedade, apesar das diferenças de interesses e de classe social. Por vezes, a literatura assume formas de denúncia social, de crítica à realidade; trata-se de uma literatura engajada, que serve a uma causa político-religiosa ou a uma luta social.
“Provisoriamente não cantaremos o amor
que se refugiou mais abaixo dos subterrâneos.
Cantaremos o medo, que esteriliza os abraços,
não cantaremos o ódio porque esse não existe,
existe apenas o medo, nosso pai e nosso companheiro...”
(Carlos Drummond de Andrade)
SINTONIZADORA: Tem por objetivo estabelecer ligação entre os homens de diferentes épocas. Sendo a literatura a arte da palavra e esta, a unidade básica da língua, podemos dizer que a literatura, assim como a língua que utiliza, é um instrumento de comunicação e por isso, cumpre também o papel social de transmitir os conhecimentos e a cultura de uma comunidade. Apesar de estar ligada a uma língua, que lhe serve de suporte, a literatura não está presa a ela, usando-a livremente, chegando a subverter suas regras e o sentido de suas palavras.
“Quando o português chegou
Debaixo duma bruta chuva
Vestiu o índio
Que pena!
Fosse uma manhã de sol
O índio teria despido / o português.”
(Osvald de Andrade)
COGNITIVA: Como transcrição da realidade, a literatura não precisa, necessariamente, estar presa a ela. Tanto o escritor quanto o leitor fazem uso de sua imaginação: o artista recria livremente a realidade, assim como o leitor recria livremente o texto literário que lê. O leitor em vez de ser considerado um elemento passivo, alguém que simplesmente recebe o texto, deve ser visto como participante, uma vez que também usa sua imaginação para ler a obra e recriá-la.
CATÁRTICA: Tem por objetivo liberar as pressões e as emoções; é uma espécie de desabafo.
“Quando você me deixou, meu bem
Me disse pra ser feliz e passar bem
Quis morrer de ciúme, quase enlouqueci
Mas depois, como era de costume, obedeci
Quando você me quiser rever
Já vai me encontrar refeita, pode crer...
(Chico Buarque de Holanda)
LIBERADORA DO EU: reflete uma fuga da realidade por desajuste ou discordância. Confunde-se com a função catártica, sendo que o desabafo aqui ocorre de forma agressiva, com o objetivo de chocar o leitor.
“Vês! Ninguém assistiu ao formidável
Enterro de tua última quimera.
Somente a ingratidão – esta pantera –
Foi tua companheira inseparável!
Toma um fósforo, acende teu cigarro,
o beijo, amigo, é a véspera do escarro.
A mão que afaga é a mesma que apedreja,
Acostuma-te à lama que te espera!
O homem, que, nesta terra miserável,
Mora, entre feras, sente inevitável
Necessidade de também ser fera.
Se a alguém causa inda pena a tua chaga,
apedreja essa mão vil que te afaga
e escarra nessa boca que te beija.”
(Augusto dos Anjos)
Exercícios
1. Confronte as duas informações a seguir:
a) “Se a literatura de uma nação entra em declínio, a nação se atrofia e decai.”
b) “O Brasil é um país de milhões de analfabetos e mesmo os alfabetizados lêem pouco. Os livros novos dos melhores escritores brasileiros raramente alcançam uma tiragem superior a dez mil exemplares.”
2. Marque V ou F.
a) ( ) A obra literária é a repetição do real.
b) ( ) O artista tem compromisso apenas consigo mesmo.
c) ( ) A obra literária é uma espécie de evasão.
d) ( )A noção de belo pode ser representada por uma série de conceitos, de acordo com a noção de cultura de cada um.
e) ( ) A função catártica da literatura tem a ver com o conceito de belo.
f) ( ) A função lúdica da literatura tem a ver com deleite e diversão.
g) ( ) Pode-se afirmar que tudo aquilo que se escreve é literatura.
3. Relacione as funções da literatura com seus objetivos.
A – lúdica ( ) desabafo
B – paradigmática ( ) evasão
C – sintonizadora ( ) deleite
D – cognitiva ( ) convencer, ensinar...
E – catártica ( ) imaginação
F – liberadora do eu ( ) comunicação
4. Fale sobre a função social da literatura.
Estudo da significação das palavras.
Sinonímia – duas palavras são sinônimas quando se identificam exata ou aproximadamente quanto ao significado.
Cara / rosto aguardar / esperar pessoa / indivíduo
Antonímia – duas palavras são antônimas quando se opõem pelo significado.
Amor / ódio euforia / melancolia alto / baixo
Homonímia – duas ou mais palavras são homônimas quando apresentam identidade de sons ou de forma, porém diversidade de significado.
Homônimas perfeitas ou homófonos homográficos – som e escrita iguais.
o rio (substantivo) / eu rio (verbo)
a cobra (substantivo) / ele cobra (verbo)
Homônimas homófonas ou homófonos heterográficos – som igual e escrita diferente.
Acento (sinal gráfico) / assento (banco)
Cesta (baú, balaio) / sexta (numeral) / sesta (cochilo)
Homônimas homógrafas ou homógrafos heterofônicos – escrita igual e som diferente.
Seco (adjetivo) / seco (verbo)
Olho (substantivo) / olho (verbo)
Paronímia – duas palavras são parônimas quando apresentam escrita e pronúncia parecidas, porém significados diferentes.
Despercebido (não notado) / desapercebido (despreparado)
Eminente (célebre, notável) / iminente (prestes a acontecer)
Sessão (reunião, apresentação) / seção,secção(divisão)/cessão (doação)
Polissemia – uma mesma palavra pode ter diversos significados conforme o contexto.
Voz fina (aguda) / lâmina fina (afiada) / livro fino (que não é grosso) / homem fino (educado) / ambiente fino (seleto, bem freqüentado) / vinho fino (de boa qualidade, excelente) / fino acabamento (apurado).
EXERCÍCIOS
1. Substitua a forma do verbo DAR pela forma apropriada de um dos sinônimos relacionados a seguir: demonstrar, doar, oferecer, produzir, dedicar, atinar, bater.
a) Dei vários livros à biblioteca da escola.
b) O time dava sinais evidentes de cansaço.
c) Não escovar os dentes dá mau hálito.
d) Este lugar não nos dá nenhum conforto.
e) Dá o que tem de melhor aos filhos.
f) Tive de dar garantias.
g) Dava nos outros por qualquer coisa.
h) Até que enfim deram com a resposta certa.
- Agora, faça a mesma coisa com o verbo FAZER: produzir, fingir-se, conceber, formar, gravar, construir, montar, gerar, induzir, forçar, dar.
a) Sou capaz de fazer uma mesa em poucas horas.
b) Faz um disco por ano.
c) O medo faz mais admiradores que a paixão.
d) Faz pena vê-lo assim.
e) O trânsito brasileiro faz muitas vítimas
f) Ele se fez de desentendido.
g) Fiz que tomasse uma atitude.
- Complete com os parônimos adequados.
a) O tribunal não _____________ o meu requerimento. (diferiu / deferiu)
b) Não hás de _________________ impunimente as leis. (infringir / infligir)
c) Fiz uma simples __________________. (conjuntura / conjetura)
d) Há homens _______________ em ciência e virtude. (iminentes / eminentes)
e) Os fatos ____________________ minhas previsões. (retificaram / ratificaram)
f) Viu-se na _________________ de perder suas terras. (iminência / eminência)
- Classifique os pares de palavras a seguir como homógrafos heterofônicos, homófonos heterográficos ou homófonos homográficos.
a) cedo(verbo) / cedo (advérbio)
b) torre(substantivo) / torre(verbo)
c) cinto(subst.) / sinto (verbo)
d) acender / ascender
e) acento / assento
f) censo / senso
g) cerrar / serrar
h) incerto / inserto
i) incipiente / insipiente
- Estabeleça a diferença de significação dos parônimos seguintes:
a) vultoso / vultuoso
b) auspícios / hospícios
c) acidente / incidente
d) tráfego / tráfico
A SÍLABA
É o grupo sonoro formado por um ou mais de um fonema, pronunciado em uma única expiração, tendo como base uma vogal.
Quanto ao número de sílabas, as palavras classificam-se em:
Monossílabas – átonas (não possuem acentuação própria, sendo pronunciadas com pouca intensidade: o, lhe, me, a, se...); tônicas (possuem acentuação própria, sendo pronunciadas com bastante intensidade: lá, pá, mim, pôs, tu...).
Dissílabas;
Trissílabas;
Polissílabas.
As palavras que possuem mais de uma sílaba, apresentam uma das sílabas pronunciada com maior intensidade, sendo por isso mesmo chamada de sílaba tônica: janela, história, livro, matemática, japonês.
Sílaba tônica é aquela que recebe o acento tônico, sendo, consequentemente, pronunciada com maior intensidade.
O acento tônico não deve ser confundido com o acento gráfico (agudo ou circunflexo).
Quanto a posição da sílaba tônica, as palavras classificam-se em:
Oxítonas – quando a sílaba tônica é a última: maracujá, Capitu.
Paroxítonas – quando a sílaba tônica é a penúltima: janela, história, caneta.
Proparoxítonas – quando a sílaba tônica é a antepenúltima: sílaba, tônica, cósmico.
Divisão Silábica
Na língua portuguesa, a divisão silábica é feita com base na soletração, e não nos elementos etimológicos que formam a palavra. Assim, para uma correta separação de sílabas, deve-se observar algumas regras:
1. Não se separam as vogais formadoras de ditongos e tritongos: au – ro – ra; Pa – ra – guai; ou – ro.
2. Não se separam os dígrafos ch, lh, nh, gu, qu: a – che – gar; fi – lho; fo – gue – te; e – qui – va – len – te.
3. Separam-se as vogais formadoras de hiatos: sa – í - da; ra - i - nha; sa - ú – de.
4. Separam-se as vogais idênticas e os dígrafos rr, ss, sc, xc, sç: ca – a – tin – ga; Sa – a – ra; co – or – de – na – cão; car – ro; as – sa – do; as – cen – são; ex – ce – ção; des – ça.
5. Não se separam os encontros consonantais perfeitos (consoante + l ou consoante + r): a – bra – sar; li – vrei – ro; a – plau – so.
6. Toda consoante interna não seguida de vogal, pertence à sílaba anterior. Nesses casos, os grupos formados por consoante + l ou consoante + r não formam encontros consonantais perfeitos: in – dig – no ; af – ta; rit – mo; sub – le – gen - da ; sub – lin – gual; in – te – lec – cão.
EXERCÍCIOS
- Circule a sílaba tônica dos vocábulos a seguir:
Livro – caderno – compor – laranjal – metafísica – Música herói - sabonete - alçapão – órfã – Lâmpada - altivez - maquinaria – televisão - jornal
- Classifique os vocábulos a seguir quanto à posição da sílaba tônica:
lâmpada
urubu
química
japonês
tesoura
insólito
lápis
caderno
fonologia
cadeira
melancia
fonética
- Separe as sílabas:
fáceis
caatinga
canhoto
apto
Gávea
exceção
Uruguai
digno
raízes
exceto
lingüiça
silepse
cooperar
carro
assassino
elipse
- Marque a separação correta:
a) des – a – ten - to
b) sub – es – ti – mar
c) trans – tor – no
- As sílabas das palavras psicossocial e traído estão corretamente separadas em:
a) psi – cos – so – ci – al / tra – í – do
b) p – si – cos – so – cial / tra – í – do
c) psi – co – sso – ci – al / tra – í – do
- Nesta relação, as sílabas tônicas estão destacadas. Uma delas, porém, está destacada incorretamente. Assinale-a.
a) ínterim
b) pudico
c) rubrica
d) gratuito
e) inaudito
- Assinale a alternativa em que a palavra não tem suas sílabas corretamente separadas:
a) in – te – lec – ção
b) cons – ci – ên – cia
c) oc – ci – pi – tal
d) psi – co – lo – gia
e) ca – a – tin – ga
- Separe as sílabas das palavras de cada grupo, de acordo com a respectiva norma.
a) Não se separam as vogais dos ditongos (decrescentes e crescentes) nem as dos tritongos.
louvor
desiguais
precaução
aguardente
rádio
história
quaisquer
b) Separam-se as vogais dos hiatos.
saúva
coorte
saindo
poeira
boato
caatinga
reedição
freada
c) Separam-se os encontros consonantais internos.
absoluto
ritmo
apto
técnica
advogado
ignorar
decepção
étnico
hipnose
perspectiva
nafta
d) Na divisão silábica não se consideram os elementos mórficos das palavras.
desatencioso
transamazônica
hidrelétrica
disenteria
- Reescreva as palavras abaixo, modificando a intensidade da penúltima vogal, de tal modo que de tônica torne-se átona.
Alivio _____________ fotografo _____________
Auxilio _____________ autentica _____________
Seria _____________ desanimo _____________
Obvia _____________ secretaria _____________
Habito _____________ pronuncia ____________
Fonologia – é o estudo dos sons, da pronúncia.
Fonemas são unidades mínimas capazes de estabelecer distinção entre vocábulos de uma língua. São fenômenos sonoros. Já as letras são representações escritas desses fonemas.
Nem sempre, numa palavra, o número de letras é igual ao de fonemas.
Caneta 6 letras / 6 fonemas
Fixo 4 letras / 5 fonemas
Chave 5 letras / 4 fonemas
Nas palavras fixo e chave há diferença entre quantidade de letras e de fonemas por dois motivos:
1. uma única letra pode representar mais de um fonema: fixo = /ficso/.
2. mais de uma letra pode representar um único fonema: chave = /xave)
Dígrafo – é a combinação de duas letras representando um único fonema: chave, mulher, rainha, carro, massa, cresça, excesso, guerra, aqui. Od dígrafos gu e qu são sempre seguidos de i ou u.
Dígrafo vocálico – ocorre com as letras m e n, em final de sílaba, quando não representam consoantes, indicando apenas que a vogal anterior é nasal: tampa, renda, tinta, ponto.
Dífono – é o contrário do dígrafo. Ocorre quando uma única letra representa dois fonemas: táxi, tóxico, léxico.
Encontro vocálico – é o agrupamento de vogais que pode ocorrer numa mesma sílaba ou em sílabas separadas, podendo ser classificado como hiato, ditongo ou tritongo.
Vogais – sons que resultam da livre passagem da corrente de ar pela boca; é a base da sílaba, o que significa dizer que não existe sílaba sem vogal.
Semivogais - são os fonemas /i/ e /u/, representados com as letras i e e ou o e u. As semivogais não podem, sozinhas, formar sílabas.
Consoantes – são ruídos que, em sua articulação, resultam de algum obstáculo encontrado pela corrente de ar. As consoantes não podem formar sílaba sozinhas.
Hiato – é o encontro de duas vogais legítimas, não podendo, portanto, permanecerem juntas numa mesma sílaba: sa – ú – de.
Ditongo – é o encontro de uma vogal e uma semivogal. Como uma semivogal, sozinha, não pode formar sílaba, junta-se à vogal legítima, o que significa dizer que o ditongo é indivisível, silabicamente: res – pei – to
Os ditongos são classificados em:
Crescente - semivogal + vogal: água, glória, Lúcia, tênue.
Decrescente – vogal + semivogal: pai, Laura, chapéu.
Oral – pronunciado, normalmente, pela boca: saudade, aula.
Nasal – pronunciado pelo nariz: mãe, pão, muito.
Tritongo – é o encontro de semivogal + vogal + semivogal numa mesma sílaba e, assim como os ditongos, pode ser oral ou nasal.
Encontro consonantal – o agrupamento de duas ou mais consoantes, podendo ficarem juntas numa mesma sílaba ou separadas em sílabas distintas, conforme o caso: psi – co - lo – gi – a ; ap – to.
EXERCÍCIOS
1. Da relação de palavras abaixo, destaque aquelas que contêm dígrafos: Guilhotina – palhaço – nascendo – vassalo – arroz- enfronhar qüinqüênio – excelente – livro – luva
2. Organize as palavras a seguir nas respectivas colunas, conforme o caso. caíste - amêndoa – sagui – queijo – voo – cárie – Paraguai – uai – delinquente - queixa
ditongo cresc.
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ditongo decresc
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hiato
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Tritongo
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- Circule a palavra em que o número de letras é superior ao número de fonemas.
Caderno – chapéu – táxi – livro - disco
- Circule a palavra em que o número de letras é inferior ao número de fonemas:
Campista – menino - carro - fixo – lápis
- Circule as palavras que apresentam semivogal.
Saúde - riso – melancia- herói – tênue - luz
- De cada relação de vocábulos a seguir, circule o que se pede.
- os que apresentam ditongo:
calmaria – ignorância – demência – trégua - água - tesoura – leite – raízes
- os que apresentam hiato:
Saara - sábio - raiz - melancia – céu – herói saída – saúva – pai – lagoa – glória - lua
- os que apresentam tritongo:
Paraguai – Uruguai – saguão - maio
- os que apresentam ditongo crescente:
régua - lousa - chapéu – lírio - pai - heróis padaria – diário - vaidoso
- os que apresentam ditongo decrescente:
véu – anéis – vou – sábio – loira – espécie raízes - sumário – inglório - férteis
- os que apresentam dígrafos:
chapéu – ninhada – carroça – guerra – quilo esquilo – marco – muro – brasa – exceção – nascer – samba – bumbo – além – fim - trem
- Quantos fonemas há na palavra representante?
- Indique a palavra que apresenta o mesmo número de fonemas da palavra cheque.
Fixo – lixo – ilha – caixa - sapato
- Numere os vocábulos a seguir, de acordo com os ditongos que apresentam:
1 – ditongo oral crescente
3 – ditongo nasal crescente
2 – ditongo oral decrescente
4 – ditongo nasal decrescente
( ) ouro - ( ) cãibra - ( ) doido - ( ) pão - ( ) mau
( ) freqüente - ( ) tênue - ( ) múmia - ( )muito
( )refém
- Sublinhe a única palavra em que ocorre ditongo nasal.
Viajante – nogueira – mágoa – cantavam - hortênsia
- Circule as palavras em que ocorre hiato.
Viúva - viu - coeso - sueco - ruivo - ruína - caí - cai lagoa - beato
- Circule as palavras que contêm dígrafo vocálico.
Remo - campo - lembrança - maduro - ontem honesto - lindo
- Escreva ao lado de cada palavra o valor fonético da letra x.
Ex.: eixo – ch sexto – s fixo – cs
auxílio – ss/c exame – z exceto - /
elixir sintaxe maxilar exalar vexame fluxo prolixo exorbitar axila texto coxa clímax excêntrico exímio máximo êxodo léxico cóccix tóxico nexo
exíguo exonerar trouxe excitar
profilaxia exceção oxítono hexágono
- Marque a opção em que todas as palavras apresentam um dígrafo.
- fixo, auxílio, tóxico, exame
- enxergar, luxo, bucho, olho
- bicho, passo, carro, banho
- choque, sintaxe, unha, coxa
Acentuação gráfica
Gente, estou devendo a fonte. Perdi na passagem para cá. Respeito os direitos autorais. Vou atualizar ainda essa semana. Então citarei a fonte.
Tipo de palavra ou sílaba
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Quando acentuar
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Exemplos (como eram)
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Observações
(como ficaram) | |
Proparoxítonas
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sempre
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simpática, lúcido, sólido, cômodo
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Continua tudo igual ao que era antes da nova ortografia.
Observe: Pode-se usar acento agudo ou circunflexo de acordo com a pronúncia da região: acadêmico, fenômeno (Brasil) académico, fenómeno (Portugal). | |
Paroxítonas
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Se terminadas em: R, X, N, L, I, IS, UM, UNS, US, PS, Ã, ÃS, ÃO, ÃOS; ditongo oral, seguido ou não de S
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fácil, táxi, tênis, hífen, próton, álbum(ns), vírus, caráter, látex, bíceps, ímã, órfãs, bênção, órfãos, cárie, árduos, pólen, éden.
|
Continua tudo igual.
Observe: 1) Terminadas em ENS não levam acento: hifens, polens. 2) Usa-se indiferentemente agudo ou circunflexo se houver variação de pronúncia: sêmen, fêmur (Brasil) ou sêmen, fémur (Portugal). 3) Não ponha acento nos prefixo paroxítonos que terminam em R nem nos que terminam em I: inter-helênico, super-homem, anti-herói, semi-internato. | |
Oxítonas
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Se terminadas
em: A, AS, E, ES, O, OS, EM, ENS |
vatapá,
igarapé, avô, avós, refém, parabéns |
Continua tudo igual.
Observe: 1. terminadas em I, IS, U, US não levam acento: tatu, Morumbi, abacaxi. 2. Usa-se indiferentemente agudo ou circunflexo se houver variação de pronúncia: bebê, purê (Brasil); bebé, puré (Portugal). | |
Monossílabos tônicos (são oxítonas também)
|
terminados em A, AS, E,
ES, O,OS |
vá, pás, pé, mês, pó, pôs
|
Continua tudo igual.
Atente para os acentos nos verbos com formas oxítonas: adorá-lo, debatê-lo, etc. | |
Í e Ú em
palavras oxítonas e paroxítonas |
Í e Ú levam acento se estiverem sozinhos na sílaba (hiato)
|
saída, saúde, miúdo, aí, Araújo, Esaú, Luís, Itaú, baús, Piauí
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1. Se o i e u forem seguidos de s, a regra se mantém: balaústre, egoísmo, baús, jacuís.
2. Não se acentuam i e u se depois vier 'nh': rainha, tainha, moinho. 3. Esta regra é nova: nas paroxítonas, o i e u não serão mais acentuados se vierem depois de um ditongo: baiuca, bocaiuva, feiura, maoista, saiinha (saia pequena), cheiinho (cheio). 4. Mas, se, nas oxítonas, mesmo com ditongo, o i e u estiverem no final, haverá acento: tuiuiú, Piauí, teiú. | |
Ditongos abertos em palavras paroxítonas
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EI, OI,
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idéia, colméia, bóia
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Esta regra desapareceu (para palavras paroxítonas). Escreve-se agora: ideia, colmeia, celuloide, boia.
Observe: há casos em que a palavra se enquadrará em outra regra de acentuação. Por exemplo: contêiner, Méier, destróier serão acentuados porque terminam em R. | |
Ditongos abertos em palavras oxítonas
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ÉIS, ÉU(S), ÓI(S)
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papéis, herói, heróis, troféu, céu, mói (moer)
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Continua tudo igual (mas, cuidado: somente para palavras oxítonas com uma ou mais sílabas).
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Verbos arguir e redarguir (agora sem trema)
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arguir e redarguir usavam acento agudo em algumas pessoas do indicativo, do subjuntivo e do imperativo afirmativo.
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Esta regra desapareceu.
Os verbos arguir e redarguir perderam o acento agudo em várias formas (rizotônicas): eu arguo (fale: ar-gú-o, mas não acentue); ele argui (fale: ar-gúi), mas não acentue. | ||
Verbos terminados em guar, quar e quir
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aguar
enxaguar, averiguar, apaziguar, delinquir, obliquar usavam acento agudo em algumas pessoas do indicativo, do subjuntivo e do imperativo afirmativo. |
Esta regra sofreu alteração. Observe:.
Quando o verbo admitir duas pronúncias diferentes, usando a ou i tônicos, aí acentuamos estas vogais: eu águo, eles águam e enxáguam a roupa (a tônico); eu delínquo, eles delínquem (í tônico). tu apazíguas as brigas; apazíguem os grevistas. Se a tônica, na pronúncia, cair sobre o u, ele não será acentuado: Eu averiguo (diga averi-gú-o, mas não acentue) o caso; eu aguo a planta (diga a-gú-o, mas não acentue). | ||
ôo, ee
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vôo, zôo, enjôo, vêem
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Esta regra desapareceu.
Agora se escreve: zoo, perdoo veem, magoo, voo. | ||
Verbos ter e vir
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na terceira pessoa do plural do presente do indicativo
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eles têm,
eles vêm |
Continua tudo igual.
Ele vem aqui; eles vêm aqui. Eles têm sede; ela tem sede. | |
Derivados de ter e vir (obter, manter, intervir)
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na terceira pessoa do singular leva acento agudo;
na terceira pessoa do plural do presente levam circunflexo |
ele obtém, detém, mantém;
eles obtêm, detêm, mantêm |
Continua tudo igual.
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Acento diferencial
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Esta regra desapareceu, exceto para os verbos:
PODER (diferença entre passado e presente. Ele não pôde ir ontem, mas pode ir hoje. PÔR (diferença com a preposição por): Vamos por um caminho novo, então vamos pôr casacos; TER e VIR e seus compostos (ver acima). Observe: 1) Perdem o acento as palavras compostas com o verbo PARAR: Para-raios, para-choque. 2) FÔRMA (de bolo): O acento será opcional; se possível, deve-se evitá-lo: Eis aqui a forma para pudim, cuja forma de pagamento é parcelada. | |||
Trema (O trema não é acento gráfico.)
Desapareceu o trema sobre o U em todas as palavras do português: Linguiça, averiguei, delinquente, tranquilo, linguístico. Exceto as de língua estrangeira: Günter, Gisele Bündchen, müleriano |
ALGUNS CASOS DE USO DO HIFEN
1. Não se usa o hífen em compostos que apresentam elementos de ligação.
Exemplos: pé de moleque, pé de vento, pai de todos, dia a dia, fim de semana, cor de vinho, ponto e vírgula, camisa de força, cara de pau, olho de sogra.
Incluem-se nesse caso os compostos de base oracional. Exemplos: maria vai com as outras, leva e traz, diz que diz que, deus me livre, deus nos acuda, cor de burro quando foge, bicho de sete cabeças, faz de conta
Exceções: água-de-colônia, arco-da-velha, cor-de-rosa, mais-que-perfeito, pé-de-meia, ao deus-dará, à queima-roupa.
2. Usa-se o hífen nos compostos entre cujos elementos há o emprego do apóstrofo.
Exemplos: gota-d’água, pé-d’água
3. Usa-se o hífen diante de palavra iniciada por h.
Exemplos: anti-higiênico, anti-histórico, macro-história, mini-hotel, proto-história, sobre-humano, super-homem ultra-humano.
4. Usa-se o hífen se o prefixo terminar com a mesma letra com que se inicia a outra palavra.
Exemplos: micro-ondas, anti-inflacionário, sub- bibliotecário, inter-regional.
5. Não se usa o hífen se o prefixo terminar com letra diferente daquela com que se inicia a outra palavra.
Exemplos: autoescola, antiaéreo, intermunicipal, supersônico, superinteressante, agroindustrial, aeroespacial, semicírculo.
Obs.: Se o prefixo terminar por vogal e a outra palavra começar por r ou s, dobram- se essas letras.
Exemplos: minissaia, antirracismo, ultrassom, semirreta.
6. Com os prefixos sub e sob, usa-se o hífen também diante de palavra iniciada por r.
Exemplos: sub-região, sub-reitor, sub-regional, sob-roda.
7. O prefixo co junta-se com o segundo elemento, mesmo quando este se inicia por o ou h. Neste último caso, corta-se o h. Se a palavra seguinte começar com r ou s, dobram-se essas letras.
Exemplos: coobrigação, coedição, coeducar, cofundador, coabitação, coerdeiro, correu corresponsável.
8. Com os prefixos pre e re, não se usa o hífen, mesmo diante de palavras começadas por e.
Exemplos: preexistente, preelaborar, reescrever, reedição.
9. Com mal, usa-se o hífen quando a palavra seguinte começar por vogal, h ou l.
Exemplos: mal-entendido, mal-estar, mal-humorado , mal-limpo.